A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia contra Welbert de Souza Fagundes, acusado de matar o sargento Roger Dias da Cunha com um tiro na cabeça em Belo Horizonte, no início de janeiro. A denúncia contra o comparsa, Geovanni Faria de Carvalho, também foi recebida.
Com a decisão do juiz Roberto Oliveira Araújo Silva, do Tribunal do Júri, Welbert e Geovanni se tornam oficialmente réus. Welbert de Souza Fagundes foi denunciado por homicídio triplamente qualificado contra o sargento Dias. As qualificadoras apontadas foram: ‘recurso que impossibilitou a defesa da vítima’, ‘crime praticado contra agente de segurança pública no exercício das funções’ e ‘crime praticado para garantir a impunidade de um crime anterior’. Ele também foi denunciado por tentativa de homicídio contra outro policial que participava da operação no Aarão Reis, em 5 de janeiro.
Já o comparsa de Welbert, Giovani Faria de Carvalho, de 33 anos, foi denunciado por cinco tentativas de homicídio contra quatro policiais e um motoqueiro que quase foi atropelado pelo Fiat Uno dirigido por ele. Os dois acusados tem 10 dias para responderem à acusação por escrito. Vale lembrar que Welbert já é réu por um furto qualificado cometido antes da ‘saidinha’ de Natal, quando ficou foragido e entrou em confronto com o policial.
Em nota, o advogado Bruno Rodrigues Pereira, que defende Welbert na Justiça, afirmou que vai apresentar uma resposta à acusação junto com um pedido de soltura do réu. O advogado afirma que também já entrou com pedidos de habeas corpus em instâncias superiores: ‘Lutaremos por um julgamento justo. Por isso, esperamos que não o condenem, antes de ele ser julgado pelo Poder Judiciário’, conclui.
A Itatiaia tenta contato com a defesa de Geovanni Faria de Carvalho. O espaço segue aberto.
Sargento baleado
A ‘saidinha’, como é conhecida a saída temporária, ganhou relevância especial depois que um sargento da polícia militar foi baleado na sexta-feira (5). O suspeito do crime é um homem que estava em saída temporária da cadeia.
Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, é apontado como o responsável por disparar várias vezes à queima roupa contra a cabeça do sargento da Polícia Militar, Roger Dias da Cunha, na última sexta-feira, no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte de Belo Horizonte.
O Sargento Dias passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao Hospital João XXIII - uma para conter a pressão intracraniana e outra para conter o sangramento na perna, pois a bala atingiu uma artéria.
Suspeito estava foragido da ‘saidinha’
Welbert tem 18 boletins de ocorrência registrados contra ele, por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.
A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça e não recebeu nenhum retorno.
A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) emitiu, neste domingo (7), comunicado em que disse ser “lamentável” vincular o ataque a tiros ao policial militar Roger Dias da Cunha à decisão que concedeu o benefício da saída temporária ao suspeito do crime. Segundo a entidade, o caso reflete problemas como a desigualdade social e a existência de uma sociedade “cada vez mais violenta”. Leia a nota na íntegra.
Prisão mantida
Neste domingo (7), Welbert de Souza Fagundes e outro suspeito de participação no crime, Geovanni Faria de Carvalho, de 34, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva, após a realização de audiência de custódia no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.