A Vale revelou que encontrou rachaduras na Barragem Forquilha III, em Outro Preto, na região Central de Minas Gerais, durante uma inspeção rotineira. A estrutura está classificada como nível 3 de emergência, o maior da Agência Nacional de Mineração (ANM). Desde 2019, a barragem está em processo de descaracterização e é monitorada em caráter permanente, segundo a empresa.
Em nota, a mineradora informou que as trincas são superficiais, e que as “condições de estabilidade da estrutura seguem inalteradas”. A empresa ainda garantiu que toda a zona de autossalvamento já foi evacuada anteriormente, sem a presença de comunidades.
“A Vale mantém seus compromissos de avançar na descaracterização da estrutura e de buscar a redução de seu nível de emergência. A Companhia mantém os órgãos públicos competentes informados e executa um plano de ação para investigação e correções, conforme necessário”, acrescenta.
A Itatiaia entrou em contato com a Agência Nacional de Mineração (ANM) e aguarda retorno.
Vale identificou irregularidades em barragem em março
Em março, a Vale identificou uma irregularidade em um dos 131 drenos da barragem Forquilha III. No dia 12 de abril, a companhia informou que conseguiu corrigir o problema, restabelecendo a função de drenagem do dispositivo. A Agência Nacional de Mineração (ANM) realizou inspeção e certificou a operação no mesmo dia.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a própria Vale atribuiu à anomalia a pontuação dez, considerada a mais grave.
Entidades mostram preocupação com risco de rompimento
Desde a identificação do problema com o dreno, em março deste ano, os comitês da bacia hidrográfica do Rio Paraopeba e do Rio das Velhas externaram preocupação com o risco de rompimento da barragem, que atingiria diretamente esses cursos fluviais que são fundamentais para o ecossistema de Minas Gerais.
A empresa afirma que a Zona de Autossalvamento (ZAS) está evacuada pela Prefeitura de Itabirito desde 2019, devido à classificação de emergência da barragem de Forquilha III. A área de risco foi devidamente sinalizada, com monitoramento realizado regularmente pela Defesa Civil.
A ZAS é uma área próxima a uma barragem que pode ser inundada em caso de ruptura ou colapso da estrutura.
Um muro de contenção também foi construído em São Gonçalo do Bação, em Itabirito (MG), para absorver o impacto de possíveis rompimentos de barragens do complexo, conforme avaliação de auditoria.