O cirurgião plástico Joshemar Fernandes Heringer, acusado de matar a cabelereira Edisa Soloni, de 20 anos, após realizar três procedimentos cirúrgicos em um único dia em uma clínica de Belo Horizonte, em setembro de 2020, passou por uma nova audiência de instrução nesta terça-feira (17). Ele responde por homicídio culposo.
Em audiências anteriores, a Justiça ouviu 12 testemunhas. Nesta terça, a Justiça ouviu a 13ª testemunha, a última do caso, e interrogou o médico. Heringer respondeu somente as perguntas da juíza e de sua defesa e permaneceu calado durante as perguntas da promotoria e da assistência de acusação.
O cirurgião negou que tenha sido negligente e disse que prestou toda a assistência no pós cirúrgico de Edisa. Heringer alegou que quando a jovem teve uma falta de ar, ele retornou para o quarto e a atendeu. Ele afirmou que a cabelereira foi medicada e, por decisão dele, removida para emergência de um hospital particular, que ficou a cargo dos cuidados com a paciente.
O réu alegou que quando Edisa chegou na emergência do hospital, ela um quadro estável, com a saturação acima de 92, tendo sido colocada em observação. De acordo com o médico, a jovem teve o pulmão perfurado durante um procedimento no hospital.
Com o fim das oitivas das testemunhas e do réu, será determinado um prazo para as alegações finais da defesa e da acusação. Em seguida, o juiz irá decidir se o caso será levado a júri popular ou não. Se o juiz decidir levar o réu a júri popular e não houver recurso, será marcada a data do julgamento.
Relembre o caso
A cabelereira Edisa Soloni morreu horas depois de se submeter a três cirurgias plásticas na Clínica Belíssima, localizada na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O caso aconteceu no dia 11 de setembro de 2020.
Ainda na clínica, a paciente reclamou de dores e desmaiou. Ela foi levada ao Hospital Felício Rocho, mas morreu logo após chegar no pronto-socorro. A clínica negou negligência, disse que prestou socorro e que a causa da morte foi embolia pulmonar.
Segundo a família da jovem, Edisa queria apenas fazer uma redução de gordura e pele do abdômen, mas foi convencida pelo médico a fazer as outras duas cirurgias - inserção nos glúteos e lipoaspiração na papada - no mesmo dia. A vítima pagou R$ 11 mil pelos procedimentos.
O laudo do Instituto Médico Legal apontou que Edisa morreu devido à uma embolia pulmonar. O relatório, no entanto, apontou que as condutas médicas adotadas durante os procedimentos aumentaram o risco da embolia na jovem. Em maio de 2021, a Polícia Civil indiciou o médico Joshemar Fernandes Heringer por homicídio.
A reportagem tentou falar com a defesa do acusado e aguarda retorno. O espaço segue aberto.