Um grupo de 26 cientistas assinou um manifesto afirmando que o retorno do horário de verão afetaria a saúde da população brasileira. Por isso, eles criaram o documento contra o ajuste nos relógios, que não ocorre no país desde 2019. Os pesquisadores são de instituições como a Universidade de São Paulo (USP), e as Federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e de Minas Gerais (UFMG), além da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O horário de verão foi extinto no Brasil durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro com a alegação de que não há economia de energia significativa ao adiantar o horário oficial do país em 1 hora. Entretanto, nas últimas semanas, o atual governo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cogitou o retorno da medida alegando que a economia de energia amenizaria a baixa nos reservatórios hidrelétricos.
O site da revista Superinteresante explica que os cientistas que assinaram o manifesto contra o retorno do horário de verão são especialistas em cronobiologia - "área da ciência que estuda os ritmos biológicos dos seres vivos”. Ou seja, “como o tempo se relaciona com os nossos corpos”.
Logo, os pesquisadores destacam que “a luz e a escuridão naturais” regulam funções essenciais no nosso organismo, como sono, apetite e o humor. Até funções cardíacas estão relacionadas com o dia e a noite, segundo os cientistas.
Deste modo, os cientistas afirmam que, com a volta do horário de verão, uma parte da população pode sofrer com alterações de saúde significativas, incluindo distúrbios mentais, cognitivos, do sono e, até mesmo, cardiovasculares, informa a Superinteresante.
A revista destaca, também, que, no manifesto, os pesquisadores citam um estudo brasileiro, realizado em 2017, que mostra que mais da metade da população brasileira relatou que sente algum desconforto com o horário de verão. Esta pesquisa foi publicada na revista científica Annals of Human Biology. Outros estudos citados pelos cientistas relacionam o ajuste nos relógios com aumento nos acidentes de trânsito.