Médica indiciada por morte de idoso diz que doses foram prescritas por outra Equipe
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Publicado em 28/12/2024

A médica indiciada pela Polícia Civil por homicídio por dolo eventual após um idoso de 69 anos receber uma superdosagem de quimioterapia afirma que a medicação foi indicada pela equipe que estava de plantão antes dela.

Nilton Carlos Araújo morreu ao sofrer complicações por ter recebido quatro doses de quimioterapia em um hospital da MedSênior, em Belo Horizonte, onde tratava um câncer.

Um enfermeiro, que também foi indiciado, aplicou a dose de 8,78mg da medicação, enquanto a receita indicava 2,29mg.

Em nota, Welbert de Souza Duarte, advogado da médica Ana Carolina, afirmou que ela não estava no hospital no momento da aplicação. Ela alega que foi avisada apenas pela enfermeira-chefe, que também não estava de plantão, e que não avisou a médica oncologista que trabalhava no momento.

“A Médica informa que no dia em que o Sr. Nilton esteve no Hospital MedSênior onde supostamente recebeu uma dosagem incorreta para o seu tratamento de quimioterapia por um enfermeiro, não estava de plantão ou mesmo trabalhando, estando o setor onde o Sr. Nilton recebeu a dosagem de medicamento sob a responsabilidade de outro médico oncologista de plantão e de toda uma equipe médica para tais intercorrências, sendo a médica indiciada avisada por uma enfermeira chefe, que também não estava de plantão no referido hospital, e que não comunicou a médica oncologista de plantão, que era a que tinha a obrigação de avaliar o paciente presencialmente e de lhe dar ou não alta”, afirma o advogado.

A defesa afirma, ainda, que a médica não constatou “qualquer apontamento” no prontuário dele e nem “teve contato com ele para que ele fosse avaliado, pois já havia sido liberado”. Por isso, segundo o advogado, seria “totalmente imprudente” que ela tomasse qualquer atitude, uma vez que não teve avaliação presencial e que o médico plantonista era quem deveria tomar as medidas cabíveis.

“Como não estava presente no momento da quimioterapia do Sr. Nilton e havia toda uma equipe médica responsável durante a aplicação do medicamento, a responsabilidade de eventual nexo causal entre a medicação supostamente aplicada de forma incorreta e o óbito do paciente não deve recair sob a sua responsabilidade”, dizia o advogado.

Relembre

O caso aconteceu em agosto deste ano. Nilton Araújo havia iniciado o tratamento de câncer em março e, em 19 de agosto, recebeu a superdosagem. Diante disso, ele apresentou mal-estar e foi atendido e internado. Ele precisou até mesmo de ventilação mecânica, mas não resistiu e morreu quatro dias depois.

O enfermeiro chegou a comunicar o erro à enfermeira-chefe, mas não registrou o incidente no prontuário, o que impediu a adoção de medidas corretivas por parte dos médicos plantonistas.

A médica responsável pelo tratamento da vítima foi informada sobre a situação, porém escolheu por não tomar providências para tentar reverter o quadro grave do paciente. “Essa conduta contribuiu para o agravamento do estado de saúde da vítima”, indicou a investigação.

Para a polícia, ambos assumiram o risco de causar a morte ao optar por não agir.

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