PREFEITURA DE VOTUPORANGA EM SÃO PAULO APURA DENÚNCIAS DE QUE CRIANÇAS FORAM DOPADAS EM CRECHE
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Publicado em 04/05/2019

A Prefeitura de Votuporanga (SP) abriu sindicância para apurar a denúncia feita por parentes de crianças que estariam sendo dopadas com um tranquilizante tarja preta em uma creche da cidade. A decisão foi publicada no Diário Oficial Eletrônico nesta sexta-feira (3).

O Executivo afirmou que quer ouvir testemunhas e documentos que possam ajudar a descobrir se realmente funcionários da creche doparam as crianças.

De acordo com a Polícia Civil, o filho de Keli Nascimento Antoniolo foi levado para o hospital e fez exame toxicológico, que identificou o medicamento clonazepam. Ele tem efeito tranquilizante e só pode ser ministrado com orientação e acompanhamento médico.

Segundo a mãe, essa não tinha sido a primeira vez que criança foi internada várias vezes na Santa Casa da cidade. Em uma delas em outubro do ano passado, o menino tinha 11 meses.

Depois da criança ser internada com sonolência, vômito, olhar distante e boca torta, a mãe procurou a Secretaria de Educação para fazer um relatório de queixa.

Nele, a diretora da escola acrescentou que, segundo as educadoras que cuidam das crianças, o bebê chegou "bem na escola, alegre, brincando e se alimentou bem no início da manhã".

Ainda de acordo com a mãe, o menino foi retirado da unidade de ensino e colocado em uma outra creche de Votuporanga. Depois da mudança, a criança nunca mais apresentou os sintomas.

Além desse caso, outra mãe que prefere não se identificar diz que o filho, aluno da mesma creche, também apresentou os mesmos sintomas quando tinha sete meses, assim que começou a frequentar o local. Ela chegou a levar a criança desacordada para o hospital.

Investigação

A Polícia Civil abriu um inquérito e suspeita que este não seja um caso isolado. Cerca de 20 pessoas, entre parentes das crianças e funcionários da escola, já prestaram depoimento na delegacia que investiga o caso.

O inquérito já conta com mais de 100 páginas e deve ser concluído em um mês. Até agora a polícia já identificou seis crianças, alunos da mesma escola, que apresentaram quadro clínico parecido.

Segundo o delegado Raymundo Cortizo, a investigação será ampliada para apurar as consequências dessa atitude em cada uma das crianças.

O que diz a prefeitura

A Prefeitura de Votuporanga disse que nenhum medicamento é administrado nas escolas municipais para as crianças, com exceção daquelas que possuem receita médica e os pais mandam medicação e as instruções, como o horário e a dosagem do remédio.

Em relação à denúncia, a prefeitura disse que a Secretaria de Educação foi procurada pelos pais de uma criança no final do ano passado e não por várias, como traz o boletim de ocorrência.

A Secretaria relatou o caso à Procuradoria Geral do Município, mas, na época, não havia resultado de exames médicos ou qualquer outro material com embasamento legal que determinasse providências administrativas.

Mesmo assim, a Secretaria da Educação orientou educadores, técnicos e profissionais das escolas municipais. A secretaria ainda não foi notificada quanto à abertura de inquérito.

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