MORTE DE ECKO: DELEGACIA DE HOMICÍDIOS VAI INVESTIGAR O QUE ACONTECEU NA VAN DA POLÍCIA
Principais notícias do Dia
Publicado em 13/06/2021

A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital vai investigar a ação que terminou com a morte do miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, na operação policial neste sábado (12), em Paciência, na Zona Oeste.

A polícia informou que Ecko tentou pegar a arma de uma policial quando já tinha sido baleado e rendido pela equipe que cercou a casa onde ele estava. Foi após essa tentativa de fuga que o miliciano levou um segundo tiro, chegando morto ao Hospital Miguel Couto, no Leblon, Zona Sul do Rio

Segundo o subsecretário de inteligência, Thiago Neves, a reação de Ecko foi dentro da van da polícia no trajeto até o helicóptero que o levaria ao hospital. Leia detalhes da transferência mais abaixo.

Ainda de acordo com a polícia, o miliciano já tinha sido ferido por um tiro de fuzil ao tentar resistir à prisão. O segundo tiro, após a reação, foi de pistola. A polícia informou ainda que ele estava com um fuzil AK-47. A arma foi apreendida.

“Ecko foi alvejado com dois tiros. Quando ele tentou fugir pelos fundos [da casa], ele foi alvejado com um tiro. Durante o trajeto da van para o helicóptero, ele tentou tirar a arma de uma policial feminina, e foi efetuado o segundo disparo. É importante ressaltar que a ação foi rápida, o socorro foi bem rápido”, detalhou Thiago Neves, durante entrevista.

O delegado Felipe Curi, chefe do Departamento Geral de Polícia Especializada, afirmou que já estão identificados policiais que tinham ligações com Ecko.

“O que eu posso te afirmar é que há policiais envolvidos. Já há alguns policiais identificados, outros estão sendo identificados”, disse ele.

Uma farda, com a inscrição Capitão Braga, foi apreendida na casa de Ecko. A Polícia Civil afirmou que o equipamento será periciado.

Por que Ecko foi levado para a Zona Sul

A casa onde Ecko estava fica a 5,3 km do Hospital Pedro II, uma das maiores emergências da Zona Oeste do Rio.

A polícia, no entanto, levou o miliciano ferido para o Hospital Miguel Couto, na Zona Sul, que fica a cerca de 50 quilômetros da casa.

Ecko foi levado em uma van, em um trajeto de 800 metros, até um campo de futebol na comunidade de onde foi embarcado num helicóptero, que percorreu os 45 km até a base da Polícia Civil na Lagoa, também na Zona Sul. Uma ambulância, então, transferiu o miliciano até o Miguel Couto, que fica a 1,5 km do local do pouso.

Rodrigo Oliveira, subsecretário da Polícia Civil, afirmou que se trata de um protocolo da Polícia Civil.

“A Lagoa é o ponto de saída e chegada da aeronave, e lá existe serviço médico, uma ambulância 24 horas, para prestar o serviço médico. Nosso protocolo é que seja levado para a Lagoa e da Lagoa para o Miguel Couto, que é um hospital de referência para trauma”, afirmou.

Como foi o cerco

A Operação Dia dos Namorados começou no fim da tarde de quinta-feira (10), quando a Subsecretaria de Inteligência obteve informações de que Ecko visitaria a família neste 12 de junho.

O delegado Rodrigo Oliveira convocou quatro agentes para a primeira reunião, ainda na quinta, e 21 policiais foram para Paciência neste sábado.

Ecko chegou à casa da família por volta das 4h. Horas depois, o local foi cercado pelos policiais.

Segundo a polícia, o miliciano percebeu a presença dos agentes e tentou fugir pelos fundos, mas foi interceptado por outros policiais, o que deu início ao tiroteio. Ele foi atingido por um tiro de fuzil.

Quem é Ecko

O miliciano, que nunca foi policial, transformou-se no homem mais procurado do país desde que assumiu e expandiu os negócios de seu irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, morto em um confronto também com a Polícia Civil, em abril de 2017.

Inicialmente atuando nos bairros de Campo Grande, Santa Cruz, Cosmos, Inhoaíba e Paciência, na Zona Oeste, a então Liga da Justiça chegou ao seu auge em 2007, com assassinatos e controle econômico da região.

Na época, os chefes da milícia eram Ricardo Teixeira Cruz, o Batman; Toni Ângelo Souza Aguiar, o Toni Angelo; e Marcos José de Lima, o Gão, todos ex-policiais.

Comentários